É comum a utilização de terminologias diversas para designar as dificuldades de aprendizagem. Muitos chamam de transtornos, distúrbios, problemas ou dificuldades de aprendizagem, porém a diferenciação torna-se importante para o entendimento dos fatores que podem afetar a aprendizagem.

Toda a aprendizagem acontece no sistema nervoso central, porém o sistema nervoso central nem sempre é responsável pelo não aprender (Rotta, 2006).

As dificuldades de aprendizagem podem ser definidas como uma série de fatores que alteram as possibilidades da aprendizagem e o seu desenvolvimento, tendo em vista o que é esperado para a idade cronológica, desenvolvimento e seriação, independente das condições neurológicas, podendo ser classificadas como primárias ou secundárias a outros diagnósticos:

As dificuldades são primárias ou de percurso, quando acontecem em um momento específico da vida escolar do aluno, causadas por um problema pontual (ex. separação dos pais), ou em uma matéria específica (problemas com o professor); sanado o problema, a aprendizagem volta a transcorrer normalmente. Não existe uma idade limite para a dificuldade de aprendizagem primária, podendo ocorrer em qualquer fase da vida.

Já as dificuldades de aprendizagem secundárias a outros diagnósticos (deficiências- físicas, intelectuais, sensoriais, paralisias, transtornos psiquiátricos, TDAH, etc), são derivadas de um fator primário que interfere no processo de aprendizagem.

O termo transtorno de aprendizagem é utilizado para as dificuldades específicas que acontecem por alterações no funcionamento de áreas do sistema nervoso central.

Os Transtornos de Aprendizagem compreendem uma inabilidade específica, como de leitura, escrita ou matemática, com resultados significativamente abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual. (Rotta, 2006).

Para utilizar o termo transtorno de aprendizagem é necessário que a criança possua inteligência normal, ausência de alterações motoras ou sensoriais, adequado ajuste emocional e prejuízo desde as fases iniciais do desenvolvimento escolar, apesar de que, na maioria das vezes, o mesmo ser percebido após o ingresso da criança no ensino fundamental. Por ser uma inabilidade específica a criança precisa ter recebido estímulo escolar suficiente e adequado. Geralmente o diagnóstico acontece após os 9 anos de idade.

Os transtornos de aprendizagem mais conhecidos são: dislexia e discalculia, entre outros.

O diagnóstico do transtorno de aprendizagem ou da dificuldade de aprendizagem deve ser realizado por equipe multidisciplinar, com a participação da escola e da família. É importante o conhecimento de como se deu o desenvolvimento da aprendizagem da criança, desde as fases iniciais, visto que a aprendizagem acontece em todas as esferas da vida, e não só escolar.

É importante frisar que, independente da origem da terminologia ou etiologia da dificuldade, a criança sempre aprenderá, a seu modo.

Elisabete Modono
Psicopedagoga

ROTTA, N. T., OHLWEILER, L., RIESGO, R. S. Transtornos da Aprendizagem – abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.

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